17 de maio de 2024
A For Andromeda
Fred Hoyle & John Elliot
A For Andromeda (1962)
Fred Hoyle foi um conceituado astrónomo inglês, com importante trabalho teórico publicado e a particularidade de rejeitar a comum visão cosmogónica do “big bang”. Escreveu uma dúzia de livros de FC em co-autoria com o seu filho, Geoffrey Hoyle, mas este A For Andromeda (que teve edição portuguesa sob o título Ameaça de Andrómeda) não é um deles; John Elliot foi também escritor e produtor de cinema e televisão e, com Fred Hoyle, tinha sido o autor, em 1961, do argumento para a série de TV com o mesmo nome – uma parceria que seria mantida na sequela de 1962.
A For Andromeda é a adaptação literária do argumento; passa-se nos finais dessa década, e narra a detecção de um sinal extraterrestre oriundo da constelação de Andrómeda, a 200 anos-luz, recebido por um radiotelescópio de alto desempenho, acabado de entrar ao serviço. A mensagem, depois de descodificada, permite a construção de um super-computador, cuja concepção e capacidade são de tal modo avançados que os cientistas dedicados à tarefa não conseguem compreender inteiramente o que têm entre mãos. Uma vez posto em funcionamento, leva ao fabrico de um ser vivo rudimentar, um ciclope, e, numa segunda experiência, de uma mulher de aparência humana, a quem chamam Andromeda ou Andre, que funciona como terminal e extensão da própria máquina. Quase toda e gente vê no computador uma benesse, pelos avanços tecnológicos que poderá permitir, e o projecto é capturado por interesses militares. Apenas um dos cientistas que ajudou na construção, John Fleming, céptico desde a primeira hora, percepciona o carácter malévolo do maquinismo.
O tema do livro é hoje, com a advento da AI, mais premente do que na altura da sua publicação. Cada um dos doze capítulos tem por título uma única palavra, começada por ‘A’, e aí reencontramos a velha questão da relação entre ciência e ética: se todos os progressos científicos serão admissíveis apenas por serem possíveis, sem tomar em conta as inevitáveis consequências que implicam.
Geers held the door open as Andromeda came in, escorted by Hunter who walked beside and slightly behind her as though they were characters out of Jane Austen. Andromeda moved stiffly, but was thoroughly wide awake, her face calm, her eyes taking in everything. It was all somehow formal and unreal, as if a minuet were about to begin.
"This is the control-room of the computer," said Geers as she stood looking around her. He sounded like a kind but firm parent. "You remember I told you about it?"
"Why should I forget?"
Although she spoke in a slow stilted way, her voice, like her face, was strong and attractive.
Geers led her across the room. "This is the input unit. The only way we can give information to the computer is by typing it in here. It takes a long time."
"It must do." She examined the keyboard with a sort of calm interest.
"If we want to hold a conversation with it," Geers went on, "the best we can do is select something from the output and feed it back in."
"That is very clumsy," she said slowly.
Dawnay came and stood by her other side. "Cyclops in the other room can input direct by that co-axial cable."
"Is that what you wish me to do?"
"We want to find out," said Geers.
The girl looked up and found Fleming staring at her. She had not taken him in before, and gazed back expressionlessly at him.
"Who is that?"
"Doctor Fleming," said Dawnay. "He designed the computer."
The girl walked stiffly across to him and held out her hand.
"How do you do?" She spoke as if repeating a lesson.
Fleming ignored her hand and continued staring at her. She looked unblinkingly back at him and, after a minute, dropped her arm.
"You must be a clever man," she said flatly. Fleming laughed. "Why do you do that?"
"What?"
"Laugh—that is the word?"
Fleming shrugged. "People laugh when they're happy and cry when they're sad. Sometimes we laugh when we're unhappy."
"Why?" She went on gazing at his face. "What is happy or sad?"
"They're feelings."
"I do not feel them."
"No. You wouldn't."
"Why do you have them?"
"Because we're imperfect." Fleming returned her stare as though it were a challenge.
Li anteriormente:
Nova Ameaça de Andrómeda (1966)
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