The Garden of
Rama (1991)
O Jardim de
Rama começa no ponto em que terminou o livro precedente, O
Enigma de Rama. O gigantesco cilindro estelar, depois de evitar a
colisão com a Terra, prossegue a sua rota rumo ao espaço exterior,
levando a bordo os três cosmonautas que, por diferentes razões, não
conseguiram abandonar a nave: Nicole, Richard e Michael.
A primeira parte
é escrita como o diário de Nicole, e começa com o nascimento da
sua filha Simone – de um ponto de vista feminino, portanto, no que
pretende ser normalmente uma mostra de versatilidade literária da
parte de autores do sexo oposto. Este diário abarca um período de
quase 14 anos, onde se descreve a viagem de Rama, inicialmente cheia
de surpresas, com as descrições da aceleração do artefacto até
atingir metade da velocidade da luz. Depois, também a história
entra em velocidade de cruzeiro, dedicando-se aos meandros da vida
familiar (nascem mais quatro crianças), em que o conhecimento sobre
os desígnios de Rama e sobre as formas de vida que constituem os
aparentes companheiros de viagem quase não avança. Por fim, atracam
numa imensa base orbital, cerca de Sírio, onde outras naves se
encontram ancoradas.
Nesse local,
designado por Nodo, decorrem os 16 meses da segunda parte. Os
viajantes são comodamente instalados e submetidos a variados testes;
por fim são informados, em linhas gerais, do projecto de observação
gizado pelas inteligências responsáveis por Rama, que passa por uma
separação familiar e o regresso dos restantes ao Sistema Solar,
novamente a bordo do remodelado Rama, mas em animação suspensa.
A viagem até ao
encontro de Marte demora assim 19 anos de uma penada (sem contar com
a dilatação temporal causada pela relatividade), dando início à
terceira parte. O governo terrestre, cedendo a uma mensagem
transmitida de Rama – por intermédio de Nicole – onde se
pretende uma amostra de duas mil pessoas para estudo, selecciona e
envia essa gente ao encontro da nave, sob o pretexto de reiniciar a
colonização de Marte, informando-a depois da alteração de planos.
Os colonos são levados para Rama e instalados no espaço que lhes
fora reservado, e nisto decorre a terceira parte, dando o pretexto
para a introdução de inúmeros personagens secundários na
narrativa.
A
quarta parte inicia-se na
festa do terceiro aniversário da chegada dos colonos a Rama,
e ficamos a saber que a nave se dirige agora a Tau Ceti. Esta fase do
livro descreve a dinâmica social da colónia – um espaço fechado
de 160 km2
no interior do cilindro, denominado Novo Eden, que recria um habitat
terrestre – e observa-se que numa comunidade heterogénea basta
muito pouco para a organização se fragilizar e gerar o desastre. No
final deste trecho há um golpe sangrento para decapitar o governo da
colónia e os seus mais notórios apoiantes, e, como consequência, a
fuga de Richard Wakefield.
Uma grande porção
da quinta parte descreve a permanência de Richard numa segunda
colónia de Rama, habitada por uma forma de vida já encontrada em
Rama II, os avians. O seu habitat fora já violado e acabará
por ser invadido pelos humanos numa guerra de extermínio, levada a
cabo pelo governo mafioso que tomou o poder em Novo Eden. Richard
tornar-se-á a única esperança para evitar a destruição destes
seres, e empreende uma segunda fuga, para New York. Enquanto isso,
Nicole, acusada de sedição, enfrenta um julgamento fantoche que a
condena à morte.
"How
many spacefaring species are there in our galaxy?" Richard asked
a little later.
"That's
one of the objectives of our project—to answer that question
exactly. Remember, there are more than a hundred billion stars in the
Milky Way. Slightly more than a quarter of them have planetary
systems surrounding them. If only one out of every million stars with
planets was home to a spacefaring species, then there would still be
twenty-five thousand spacefarers in our galaxy alone."
The
Eagle turned around and looked at Richard and Nicole. "The
estimated number of spacefarers in the galaxy, as well as the
spacefarer density in any specified zone, is Level III information.
But I can tell you one thing. There are Life Dense Zones in the
galaxy where the average number of spacefarers is greater than one
per thousand stars."
Richard
whistled. "This is staggering stuff," he said to Nicole
excitedly. "It means that the local evolutionary miracle that
produced us is a common paradigm in the universe. We are unique, to
be sure, for nowhere else would the process that produced us have
been duplicated exactly. But the characteristic that is truly special
about our species—namely our ability to model our world and
understand both it and where we fit into its overall scheme—that
capability must belong to thousands of creatures! For without that
ability they could not have become spacefarers."
Nicole
was overwhelmed. She recalled a similar moment, years before when she
was with Richard in the photograph room of the octospider lair in
Rama, when she had struggled to grasp the immensity of the universe
in terms of total information content. Again now she realized that
the entire set of knowledge in the human domain, everything that any
member of the human species had ever learned or experienced, was no
more than a single grain of sand on the great beach representing
everything that had ever been known by all the sentient creatures of
the universe.
Li anteriormente:
Rama II (1989)