Robert A. Heinlein
Stranger In A Strange Land (1961)
Stranger In A Strange Land (Um
Estranho Numa Terra Estranha) foi várias vezes traduzido em
português: pelo menos três vezes no Brasil e duas em Portugal (em
1975 na Colecção Argonauta da Livros do Brasil, e em 1981
pela Europa-América). Estas traduções seguem a versão publicada
em 1961, mas, após a morte de Heinlein, foi recuperado o manuscrito
original, bastante mais extenso, e que tinha sido reduzido, a pedido
do editor de 220 mil para 160 mil palavras. A partir de 1991 foram
publicadas as versões integrais desse texto, patrocinadas por
Virginia Heinlein, viúva do escritor. Perante isto fiz questão de
ler o original inglês, apesar de me obrigar a um esforço extra,
mesmo sabendo que, na opinião dos críticos, o trabalho de edição
(feito pelo próprio autor, recorde-se) não deixara de fora nada de
importante, susceptível de abalar ou desvirtuar a estrutura da obra.
Stranger In A Strange Land,
vencedor do Prémio Hugo em 1962, é a obra mais conceituada de
Heinlein, uma das referências principais do universo FC, e, pelos
finais dessa década tornar-se-ia numa das bíblias do movimento
hippy pelas suas ideias iconoclastas, pela oposição aos
poderes instituídos, pela apologia do amor livre e em grupo, bem
como pela veiculação de um tipo de misticismo que então calava
fundo.
Livro polémico desde a primeira
edição, Stranger In A Strange Land, conta a história de
Michael Smith, um humano nascido e criado em Marte, isolado de outros
seres humanos mas em contacto com uma civilização avançada, e das
suas dificuldades de integração uma vez trazido de regresso à
Terra. Através de Jubal Harshaw, escritor e advogado - e a
personagem mais elaborada e aprofundada do livro - somos levados por
diálogos e digressões acerca de política, sociologia, arte e,
sobretudo, religião. Um livro enorme... não apenas pela sua
extensão.
"[...]
three pieces of sculpture in an hour is more than enough— usually I
don't let myself look at more than one in a day."
"Suits.
I feel as if I had had three quick drinks on an empty stomach. Jubal,
why isn't there stuff like this around where a person can see it?"
"Because
the world has gone nutty and contemporary art always paints the
spirit of its times. Rodin did his major work in the tail end of the
nineteenth century and Hans Christian Andersen antedated him by only
a few years. Rodin died early in the twentieth century, about the
time the world started flipping its lid... and art along with it.
"Rodin's
successors noted the amazing things he had done with light and shadow
and mass and composition—whether you see it or not—and they
copied that much. Oh, how they copied it! And extended it. What they
failed to see was that every major work of the master told a story
and laid bare the human heart. Instead, they got involved with
'design' and became contemptuous of any painting or sculpture that
told a story—sneering, they dubbed such work 'literary'—a dirty
word. They went all out for abstractions, not deigning to paint or
carve anything that resembled the human world."
Jubal
shrugged. "Abstract design is all right—for wall paper or
linoleum. But art is the process of evoking pity and terror, which is
not abstract at all but very human. What the self-styled modern
artists are doing is a sort of unemotional pseudo-intellectual
masturbation... whereas creative art is more like intercourse, in
which the artist must seduce—render emotional—his audience, each
time. These laddies who won't deign to do that—and perhaps can't—of
course lost the public. If they hadn't lobbied for endless subsidies,
they would have starved or been forced to go to work long ago.
Because the ordinary bloke will not voluntarily pay for 'art' that
leaves him unmoved—if he does pay for it, the money has to be
conned out of him, by taxes or such."
Li anteriormente:
O Homem que Vendeu a Lua (1951)
Revolta em 2100 (1953)
Os Filhos de Matusalém (1958)
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