Rama Revealed
(1993)
Em
Rama Revealed assiste-se à fuga de Nicole, que assim evita a
execução, e à sua reunião com Richard, em New York, no preciso
habitáculo que usaram em grande parte de Rama II. O passo
seguinte é a reunião dos seus familiares e um par de amigos, que
também escapam de New Eden e se dirigem igualmente para ali. Após
uma incursão militar, oriunda de New Eden, e uma vez que aquele
lugar se torna perigoso, o grupo utiliza os subterrâneos para chegar
ao lado sul de Rama – territórios dominados pelas temíveis
octospiders, que neste livro se revelam afinal criaturas benévolas.
Nicole
e Richard viajam pelo hemicilindro sul de Rama até à Cidade
Esmeralda das octospiders, pretexto para uma descrição desta parte
de Rama, até aqui sempre inacessível e envolta em mistério, e
regressam à sua base na margem sul do Mar Cilíndrico. Perante a
renovada ameaça de New Eden, todos (menos um) aceitam a oferta das
octospiders e mudam-se para a Cidade Esmeralda, o que serve de
pretexto para uma pormenorizada descrição do «optimizado»
admirável mundo novo que essa raça implementou.
Mas
o governo mafioso de New Eden traz uma guerra de extermínio ao lado
sul de Rama e as pacíficas octospiders, a contragosto, são
obrigadas a ripostar. No meio da destruição, as inteligências por
trás de Rama decidem intervir e abortar toda a operação. Os
sobreviventes são colocados em animação suspensa e quando Nicole é
acordada, 16 anos depois, é uma octogenária de saúde precária, e
encontra-se à vista de um Nodo, próximo de Tau Ceti, enquanto Rama
é preparado para nova viagem. A permanência no Nodo leva ao amarrar
das poucas pontas soltas que sobravam na narrativa (esta é uma
preocupação notória de Rama Revealed, ou A
Revelação de Rama) e ao desfecho da obra, com recurso à
metafísica e a uma interessante lição de cosmogonia.
Relativamente
a esta trilogia-sequela de Rendezvous with Rama, é habitual
afirmar-se que cada livro é pior que o anterior; no entanto, essa
avaliação será, talvez, um pouco injusta. Rama Revealed,
sobretudo pela sua 5.ª parte, é, na minha opinião, o melhor dos
três. Há na verdade uma diferença abissal entre Rendezvous with
Rama e Rama II: torna-se óbvio que o nome de Arthur C.
Clarke só está na capa (e em primeiro lugar) para ajudar a vender
os livros; faz-nos pensar qual teria sido o verdadeiro peso de Clarke
na contribuição para esta série, pois cada vez mais
frequentemente, no decurso da leitura, somos levados a pensar “Arthur
C. Clarke nunca teria escrito isto!”. O que se pode apontar à
escrita de Gentry Lee já estava presente em Rama II (O
Enigma de Rama) e não se alterou nos livros seguintes: há
sobretudo uma grande tendência para a dispersão, com ramificações
e retrospectivas que nada acrescentam ao essencial da narrativa, mas
tornam-na desnecessariamente pesada (este livro é o que menos sofre
desses meandros); os três volumes desta sequela não andam muito
longe da dimensão de um Guerra e Paz, mas a comparação
fica-se por aqui. Todavia sobra pelo menos um ponto positivo: Gentry
Lee esforçou-se por fazer uma obra variada a partir de uma premissa
um tanto espartana e, ocasionalmente, deparam-se trechos ao nível da
obra inicial.
Gentry
Lee tem em nome próprio, até este momento, outros dois livros
pertencentes ao universo de Rama – Bright Messengers e
Double Full Moon Night – mas, pela minha parte, fico por
aqui.
"Let
me make certain that I have understood this last half hour of
discussion," Nicole said into the microphone of her helmet as
the shuttle neared the halfway point between the starfish and the
Node. "My heart will not last more than ten days at most,
despite all your medical magic; my kidneys are currently undergoing
terminal failure; and my liver is showing signs of severe
degradation. Is that a fair summary?"
"It
is indeed," said The Eagle.
Nicole
forced a smile. "Is there any good news?"
"Your
mind is still functioning admirably, and the bruise on your hip will
eventually heal, provided the other ailments don't kill you first."
"And
what you are suggesting," Nicole said, "is that I should
check into your equivalent of a hospital today over at the Node and
have my heart, kidneys, and liver all replaced by advanced machines
that can perform the same functions?"
"There
may be some other organs that need to be replaced as well," The
Eagle said, "as long as we are performing a major operation.
Your pancreas has been malfunctioning intermittently, and your entire
sexual system is out of spec. A complete hysterectomy should be
considered."
Nicole
was shaking her head. "At what point does all of this become
senseless? No matter what you do now, it's only a matter of time
until some other organ fails. What would be next? My lungs? Or maybe
my eyes? Would you even give me a brain transplant if I could no
longer think?"
"We
could," The Eagle replied.
Nicole
was quiet for almost a minute. "It may not make much sense to
you," she said, "because it certainly isn't what I would
call logical... but I am not very comfortable with the idea of
becoming a hybrid being."
"What
do you mean?" The Eagle asked.
"At
what point do I stop being Nicole des Jardins Wakefield?" she
said. "If my heart, brain, eyes, and ears are replaced by
machines, am I still Nicole? Or am I someone, or something, else?"
"The
question has no relevance," The Eagle said. "You're a
doctor, Nicole. Consider the case of a schizophrenic who must take
drugs regularly to alter the functions of the brain. Is that person
still who he or she was? It's the same philosophical question, just a
different degree of change."
"I
can see your point," Nicole said after another brief silence.
"But it doesn't change my feelings. I'm sorry. If I have a
choice, and you have led me to believe that I do, then I will
decline. At least for today anyway."
The
Eagle stared at Nicole for several seconds. Then he entered a
different set of parameters into the control system of the shuttle.
The vehicle changed its heading.
"So
are we going back to the starfish?" Nicole asked.
"Not
immediately," The Eagle said. "I want to show you something
else first." The alien reached into the pouch around his waist
and pulled out a small tube containing a blue liquid and an unknown
device. "Please give me your arm. I don't want you to die before
this afternoon is over."
Li anteriormente:
The
Garden of Rama (1991)
Rama
II (1989)
Ningún comentario:
Publicar un comentario