11 de xullo de 2020

Encubrimiento y usurpación de América



Luis E. Ninamango Jurado
Encubrimiento y usurpación de América (2009)

Uma edição patrocinada pelo Ministério do Poder Popular do Gabinete da Presidência, na República Bolivariana da Venezuela, à data liderada por Hugo Chávez, é o suficiente para deixar qualquer um de pé atrás. Este primeiro livro publicado pelo historiador peruano Luis Erasmo Ninamango Jurado, disponível no archive.org, é, sem dúvida um exercício de história revisionista, pontuado aqui e ali por frases tronantes que o autor não se preocupa demasiadamente em fundamentar.
Uma das principais peças de argumentação é o mapamundi de Juan de la Cosa, desenhado pelo navegador espanhol em 1500, que representa com algum rigor a costa africana e a do sudoeste asiático; também estão já assinaladas as ilhas das Caraíbas, bem como a costa oriental do continente americano, com uma aproximação surpreendente na zona compreendida entre a costa da Colômbia e as Guianas. Este mapa, depositado no Museu Naval de Espanha, em Madrid, já havia despertado a atenção de Alexander von Humboldt em 1832, pela sua peculiaridade. Luis Ninamango conclui que Juan de la Cosa terá, no mínimo, copiado o mapa de outro documento mais antigo, originário do Oriente (os desenhos que o ilustram têm, sem dúvida, uma expressão oriental), tanto mais que, em 1500, Colombo fazia a sua terceira viagem à América e ainda não se tinha apercebido que as suas descobertas se situavam exclusivamente de território insular. O mesmo não acontecia com Juan de la Cosa, acompanhante de Colombo nas duas primeiras viagens ao Novo Mundo que, por esta altura, com Américo Vespúcio e Alonso de Ojeda, era um dos responsáveis pelo reconhecimento das costas da Colômbia, Venezuela e Guiana, e parte das Antilhas. Vespúcio, segundo o autor, terá mesmo descido pela costa do Brasil até, pelo menos, Pernambuco.
Depois, a forma como Portugal e Espanha acordaram as suas zonas de influência, sob o patrocínio do Vaticano, primeiro no Tratado de Alcáçovas (1479) e depois no Tratado de Tordesilhas (1494) provará que portugueses e castelhanos tinham já nessas datas uma ideia muito aproximada do que havia a “descobrir”, mormente quando o meridiano de Tordesilhas é deslocado 470 léguas para Ocidente, para permitir a inclusão de parte do Brasil no hemisfério português.
As teorias especulativas de Luis Ninamango afirmam em consequência que a Europa Medieval e Renascentista se apropriou do conhecimento oriental da navegação, ocultando a sua origem e utilizando-o em proveito próprio. Afirmam também que Portugal, tendo expulsado os mouros do seu território quase 250 anos antes de Espanha ter feito o mesmo, aproveitou esta vantagem para se antecipar nas suas incursões a África e à América, aproveitando mapas, rotas comerciais, minas, etc. que pertenciam aos árabes; por fim fala da devastação causada nas milenárias culturas americanas. Desta suposta destruição, encobrimento e usurpação de valores culturais alheios sem reconhecer a sua autoria, considera-o o pior delito de lesa-cultura perpetrado na história da humanidade.
Se algumas destas premissas têm alguma plausibilidade — recorde-se, por exemplo que a China tinha, nos séculos XIV e inícios de XV, meios técnicos de navegação superiores aos europeus, e estava em plena expansão no Índico quando os imperadores Ming decidiram acabar com a frota e fechar o império ao exterior —, parece no entanto pouco provável que portugueses e castelhanos tenham explorado secretamente o Atlântico durante tanto tempo (oito décadas antes dos Descobrimentos “oficiais”, como o autor sugere), muito menos que se tenham aproveitado de rotas árabes pré-existentes e que tenham encontrado (e combatido) os mouros estabelecidos no continente americano. Quanto à “devastação”, tema que não é sequer aprofundado neste livro, é mais uma variação da Lenda Negra, que persegue sobretudo os espanhóis desde o Descobrimento, com pouca fundamentação histórica e muita manipulação dos factos pelos seus inimigos tradicionais — ingleses, holandeses e franceses — para desviar a atenção dos seus próprios actos. A forma como os reinos ibéricos e o papado forjaram esta “partilha do mundo”, é alvo de particular animosidade pelo autor, que assenta a sua crítica sobretudo em Fernando II de Aragão, “el rey truhán”, e em Alexandre VI, o “papa-súbdito-aragonês”, como constantemente nos recorda, para no fim jogar a inevitável cartada indigenista e culpabilizar os europeus por tudo quanto de mal se passa actualmente na América hispânica — como se esses países não fossem independentes e responsáveis pelos seus destinos há 200 anos. Propõe ainda que Espanha, Portugal, Itália e o Vaticano reescrevam a História à luz dos novos preconceitos, num exercício de auto-flagelação que os leve a renegar o seu passado.

Dada esta situación, los monarcas envían a continuación, primero al capitán Rodrigo de Bastidas, apoyado por Juan de la Cosa, a recorrer las costas más occidentales de Venezuela y a “descubrir” las de Colombia desde el Cabo de la Vela en la península de la Guajira hasta el golfo de Urabá en la frontera con Panamá; y seguidamente después de la partida de Bastidas (octubre de 1500), por la misma ruta, a Alonso de Ojeda con Américo Vespucio. Con el último tramo mencionado, Vespucio completó su reconocimiento de las costas suramericanas desde el Cabo de San Agustín o de Santa María de la Consolación (8° de latitud Sur), Pernambuco, Brasil, hasta el golfo de Urabá en la frontera oriental de Panamá. Recordemos que en su polémico primer viaje el florentino recorrió casi toda la costa caribeña de Centroamérica y parte de las de Norteamérica.
Así las cosas, “inesperadamente”, Américo Vespucio había sido “llamado” por el rey Manuel I de Portugal (el Afortunado, en ese entonces yerno de los Reyes Católicos por segunda vez) para ayudar a “descubrir” en las costas suramericanas orientales del Atlántico Sur. Este viaje fue narrado por Vespucio en una carta que le dirigió a Lorenzo di Pier Francesco de Medici en mayo de 1503, publicada en París en 1503 o 1504, con el título Mundus Novus; y en otra dirigida a Piero Soderini el 4 de septiembre de 1504, que presenta discrepancias con la escrita el año anterior.
Parte de Lisboa el 10 de mayo de 1501 en una expedición de tres carabelas. Entre mayo y junio ocurre un conveniente encuentro con Pedro Álvares Cabral en Cabo Verde (Dakar), en la costa occidental de África. El capitán portugués estaba regresando de la India (Calicut), después de haber “descubierto” Brasil, “accidentalmente”, en el viaje de ida a la India (Calicut).
Después de una larga travesía que duró más de dos meses, la flota lusitana en la cual participa Vespucio arriba a la costa brasileña el 7 de agosto de 1501. A continuación navegan al Cabo de San Roque (16 de octubre) y al Cabo de San Agustín (28 de octubre), desde donde, la costa cambia de dirección, dirigiéndose al sudoeste; es decir, hacia jurisdicción española según el Tratado de Tordesillas. Siguiendo la costa, el 15 de febrero de 1502 ¡los portugueses le ceden el mando de la flota a Vespucio! Y, según la misma carta Mundus Novus, el florentino Vespucio, italiano al mando de una flota portuguesa, pero en representación de los intereses españoles, llegó la primera semana de abril de 1502 hasta los 50° de latitud Sur en la actual Patagonia argentina, muy cerca de la entrada al estrecho que en 1520 atravesaría el navegante portugués Fernando de Magallanes, también al servicio de España. Pero, posteriormente, en la carta que le dirigió a su amigo de la juventud Piero Soderini el 4 de septiembre de 1504, Vespucio se retracta: escribió que solamente había llegadó hasta los 32° de latitud Sur.
El 10 de mayo de 1502 llegan a Sierra Leona, en la costa occidental de África; y a las Azores a fines de julio, para finalmente retornar a Lisboa, con dos naves, el 7 de septiembre de 1502. Después de viaje tan interesante, Américo –seguramente satisfecho por sus recientes logros–, le envió una carta a Lorenzo di Pier Francesco de Médici en mayo de 1503, la cual fue publicada con premura en Paris, en 1503 o 1504, con el título Mundus Novus.
Quinto viaje de Vespucio a América, segundo bajo bandera lusitana. Sale de Lisboa el 10 de mayo de 1503. Parten seis naves, de las cuales cuatro están repletas de “cristianos nuevos”, adinerados, que habían hecho un trato con el rey Manuel I de Portugal. Primero se dirigen a la costa de Sierra Leona en el occidente de África, y desde allí, Américo cruza el Atlántico con solamente dos naves, arribando a la bahía de Todos los Santos (Salvador de Bahía), en la costa de Brasil. De esta manera, Américo tiene el deshonor de inaugurar “oficialmente” la ruta directa entre África y Salvador de Bahía, que ya había sido tantas veces transitada por los árabes durante casi ocho siglos, y por los portugueses más de ocho décadas.