9 de decembro de 2018

Os Protocolos dos Sábios de Sião


Gustavo Barroso / vários autores
Os Protocolos dos Sábios de Sião (1936)

Se alguém pensasse em eleger o livro mais escandaloso do séc. XX, os candidatos óbvios haviam de ser Lolita, O Amante de Lady Chatterley, ou um qualquer livro de Henry Miller. No entanto, Os Protocolos batem-nos a todos juntos, porque, mais do que uma ficção desbragada, trata de uma realidade incontestável que se pretende ocultar e desacreditar. Sobre Os Protocolos já se escreveram rios de tinta e é inútil chover no molhado. Àqueles que continuam a desvalorizá-los e a apodá-los de falsificação, basta relembrar que aqueles escritos com mais de um século (apareceram em 1898 na Rússia czarista e foram registados no British Museum em 1906) contêm uma agenda política que tem sido seguida ponto por ponto na sua concretização metódica, o que torna irrelevante a questão da sua origem, ou da alegada falsificação, levantadas como cortina de fumo.
Encontrei um comentário de Ramón Bau que sintetiza toda a questão: «Os Protocolos são uma leitura fundamental, não como um documento histórico, cujo valor pode ser mais ou menos discutido, e menos ainda no que toca à autenticidade da sua origem. O importante é analisar se as suas previsões e as suas recomendações são autênticas, se se cumprem, e se reflectem a estratégia do Inimigo do Mundo. Por isso nunca me preocupei em defender se estes documentos foram ou não escritos por sionistas ou pela polícia do Czar ou por quem quer que seja — essa é uma questão, por agora, irrelevante. O que realmente importa é que descrevem exactamente a estratégia do sionismo mundial.»
Gustavo Barroso foi um historiador, romancista e ensaísta brasileiro, fundador do Museu Histórico Nacional, reconhecido internacionalmente e condecorado em Portugal com a Comenda da Ordem Militar de Cristo e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Foi membro da Academia Portuguesa da História, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia de Belas Artes de Portugal, entre outras instituições portuguesas. Foi líder da fugaz Ação Integralista Brasileira e um dos seus principais ideólogos. Em 1936 publicou a tradução portuguesa de Os Protocolos dos Sábios de Sião, que a “mão invisível” rapidamente fez desaparecer de circulação, até que em 1991, por iniciativa de S.E. Castan e da Revisão Editora, voltou ao prelo. A edição original, da Agência Minerva, de São Paulo, inclui ainda o prefácio da versão francesa de 1912, “O Perigo Judaico” por Roger Lambelin, e um segundo texto, do alemão W. Creutz, sobre a autenticidade do documento. Nesta edição, os 24 Protocolos são anotados e comentados por Gustavo Barroso, reunindo citações de outros textos bem identificados, que complementam o objecto de análise. (Note-se que onde Barroso aplicou a palavra cristão/cristãos, poderia ter traduzido pelo conceito mais abrangente de gentio/gentios: os não-judeus).
Publicados desde o início do séc. XX, Os Protocolos popularizaram-se após o final da Grande Guerra, quando houve a percepção geral que determinado curso de eventos históricos já verificados e ali referidos, não eram previsíveis à data do seu aparecimento. A polémica agudizou-se e a comunidade judaica tentou por todos os meios à sua disposição impedir a circulação do texto que, recorde-se, clamava ser uma falsificação. Dos três excertos escolhidos, dois são comentários — o primeiro versa a admissão da veracidade do texto pelos próprios judeus; o segundo sobre o espírito dos Protocolos nos textos sagrados — e, o terceiro, uma citação dos próprios Protocolos (“a quinta-essência do pensamento judaico”) acerca da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Em 30 de novembro de 1934, à página 58 da revista "American-Hebrew", a mais importante publicação judaica dos Estados Unidos, vem um editorial sôbre o processo dos "Protocolos", então recentemente instaurado na Suíça.
Dêle extraímos e traduzimos o seguinte trecho : "A questão da autenticidade dos pretensos "Protocolos" é de importância absolutamente mínima. Só pode interessar aos historiadores. Por que, mesmo se a autenticidade dêsse documento fosse provada, que significaria isso? Simplesmente que um grupo de homens desejava conquistar o mundo. Mas qual o povo que não alimentou êsse sonho em certa época de sua história? Pois bem, admitamos que alguns chefes de Israel tenham tido essa idéia. Por que não?"
E' o cúmulo da impudência e da desfaçatez ! A importância do caso é mínima. Entretanto, na sala do tribunal, o grande rabino Ehrenpreiss, vindo de Estocolmo, declara com ênfase "Dezasseis milhões de judeus esperam ansiosamente o veredito !" E outra testemunha judaica exclama : "Trata-se da honra de Israel !"
Os judeus norte-americanos admitiram por êsse artigo a possibilidade da autenticidade dos "Protocolos". Até agora, todo o judaísmo a contestava. Agora, ela já é possível. E', diante de sua possível prova, a retirada garantida : todos os povos têm tido sonhos de domínio universal : por que os judeus não podem tê-lo ?
E' verdade, registra um comentador alemão, que todos os povos tentaram realizar seus sonhos de ambição ou gloria, mas nenhum pelos processos infames preconizados nos infames "Protocolos" . . .
[...]
O espírito dos "Protocolos" provém dos próprios livros sagrados dos hebreus, é fundamentalmente israelita. Encontraremos o resumo do plano do domínio mundial pelos judeus no livro do profeta conhecido dos exegetas como o Segundo Isaías, Deutero-Isaías :
"As nações se reünirão para prestar homenagem ao povo de Deus ; tôda a fortuna das nações passará para o povo judeu ; elas caminharão, agrilhoadas como cativas, atrás do povo judeu e se prosternarão diante dêle ; os reis serão aios dos filhos de Israel e as princesas amas de seus filhos. Os judeus governarão as nações ; chamarão a si os povos que nem mesmo conheçam, os quais correrão para êles. As riquezas do mar e a fortuna das nações virão elas próprias para os judeus. O povo e o reino que não servirem Israel serão destruídos. O Povo Eleito beberá o leite das nações e sugará o seio dos reis, devorará a fortuna das nações e se cobrirá de esplendor".
Será possível que, diante de documentos desta ordem, diante de provas tão concludentes do plano de domínio judaico, os cristãos continuem a não querer ver o perigo, a abandonar suas tradições e a seguir as novidades ilusórias criadas pela magia de Israel para os botar a perder e os escravizar ?
O' cristão, ao menos escolhe o môlho com que queres ser comido no banquete de Leviatan, a que alude Calixto de Wolski, no banquete do dia glorioso em que o judaísmo comemorará sua vitória sôbre as ruínas do mundo cristão !...
[...]
Fomos nós os primeiros que, já na antiguidade, lançámos ao povo as palavras "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", palavras repetidas tantas vêzes pelos papagaios inconcientes, que, atraídos de tôda a parte por essa isca, dela sòmente têm usado para destruir a prosperidade do mundo, a verdadeira liberdade individual, outrora tão bem garantida dos constrangimentos da multidão. Homens que se julgavam inteligentes não souberam desvendar o sentido oculto dessas palavras, não viram que se contradizem, não repararam que não há igualdade na natureza, que nela não pode haver liberdade, que a própria natureza estabeleceu a desigualdade dos espíritos, dos caracteres e das inteligências, tão fortemente submetidos às suas leis ; êsses homens não sentiram que a multidão é uma fôrça cega ; que os ambiciosos que elege são tão cegos em política quanta ela ; que o iniciado, por mais tolo que seja, pode governar, enquanto que a multidão dos não iniciados, embora cheia de gênio, nada entende da política. Tôdas essas considerações não abrolharam no espírito dos cristãos ; entretanto, é nisso que repousa o princípio dinástico dos governos ; o pai transmite ao filho os segredos da política, desconhecidos fora dos membros da família reinante, a fim de que ninguém os possa trair. Mais tarde, o sentido da transmissão hereditária dos verdadeiros princípios da política se perdeu. O êxito de nossa obra aumentou.
Todavia, no mundo, as palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade puseram em nossas fileiras, por intermédio de nossos agentes cegos, legiões inteiras de homens que arvoraram com entusiasmo nossos estandartes. Contudo, tais palavras eram os vermes que roíam a prosperidade dos não-judeus, destruindo por tôda a parte a paz, a tranqüilidade, a solidariedade, minando todos os alicerces de seus Estados. Vereis pelo que se segue como isso serviu ao nosso triunfo ; isso nos deu, entre outras cousas, a possibilidade de obter o triunfo mais importante, isto é, a abolição dos privilégios, a própria essência da aristocracia dos cristãos, o único meio de defesa que tinham contra nós os povos e as nações. Sôbre as ruínas da aristocracia natural e hereditária, elevamos nossa aristocracia da inteligência e das finanças. Tomamos por critério dessa nova aristocracia a riqueza, que depende de nós, e a ciência, que é dirigida por nossos sábios.
Nosso triunfo foi ainda facilitado pelo fato de, nas nossas relações com os homens de quem precisamos, sabermos tocar as cordas mais sensíveis da alma humana : o cálculo, a avidez, a insaciabilidade dos bens materiais, tôdas essas fraquezas humanas, cada qual capaz de abafar o espírito de iniciativa, pondo a vontade dos homens à disposição de quem compra sua atividade.
A idéia abstrata da liberdade deu a possibilidade de persuadir às multidões que um govêrno não passa de gerente do proprietário do país, que é o povo, podendo-se mudá-lo como se muda de camisa.
A removibilidade dos representantes do povo coloca-os à nossa disposição ; êles dependem de nossa escolha.

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