3 de xullo de 2025

The Humans


Matt Haig
The Humans (2013)

Matt Haig é um escritor e jornalista inglês, com uma trintena de títulos publicados até agora, alguns dos quais se inscrevem na designada ficção especulativa. The Humans é uma novela que pretende ser o relato de um extraterrestre, que tomou o lugar (e o corpo) de Andrew Martin, um professor universitário de Cambridge que acabava de resolver um teorema decisivo no campo das matemáticas, e abria desse modo a possibilidade de um imenso salto tecnológico. Ora, os ditos extraterrestres, não podem permitir isso, porque a sua avaliação da humanidade é muito negativa e acham que a posse desse conhecimento trará consequências devastadoras para o cosmos. Enviam então um dos seus para liquidar o professor e todas as pessoas a quem ele possa ter confiado a sua descoberta – familiares, amigos, colegas profissionais.
O relato é dirigido aos aliens seus semelhantes e, de uma perspectiva exterior – por vezes com o ridículo de quem ignora o básico e mal-interpreta o mundo em que caiu –, reitera a ilogicidade e o absurdo da nossa existência. Mas, apesar do niilismo dos primeiros capítulos da novela, o extraterreste vai reconhecendo a complexidade dos sentimentos humanos, cria empatia com as pessoas e, por fim, rebela-se contra a missão que lhe fora confiada. E, aos poucos, torna-se ele mesmo um ser humano, condescendendo nas fragilidades e limitações, mas valorizando também as capacidades, as realizações e os potenciais. E o niilismo transforma-se, lentamente, em sentimentalismo.

What was reality?
An objective truth? A collective illusion? A majority opinion? The product of historical understanding? A dream? A dream. Well, yes, maybe. But if this had been a dream then it was one from which I hadn’t yet woken. But once humans really study things in depth – whether in the artificially divided fields of quantum physics or biology or neuroscience or mathematics or love – they come closer and closer to nonsense, irrationality and anarchy. Everything they know is disproved, over and over again. The Earth is not flat; leeches have no medicinal value; there is no God; progress is a myth; the present is all they have.
And this doesn’t just happen on the big scale. It happens to each individual human too.
In every life there is a moment. A crisis. One that says: what I believe is wrong. It happens to everyone, the only difference is how that knowledge changes them. In most cases, it is simply a case of burying that knowledge and pretending it isn’t there. That is how humans grow old. That is ultimately what creases their faces and curves their backs and shrinks their mouths and ambitions. The weight of that denial. The stress of it. This is not unique to humans. The single biggest act of bravery or madness anyone can do is the act of change.
 

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